As fontes hidrotermais profundas são verdadeiros “oásis de vida” no fundo do mar, onde vivem comunidades únicas de organismos que dependem da energia química em vez da luz solar. Mas como se mantém a diversidade destas comunidades em habitats tão isolados?
Um novo estudo, liderado pela investigadora Ana Colaço do OKEANOS-UAc, procurou responder a esta questão, analisando a dispersão das larvas do mexilhão ℬ𝒶𝓉𝒽𝓎𝓂ℴ𝒹𝒾ℴ𝓁𝓊𝓈 𝒶𝓏ℴ𝓇𝒾𝒸𝓊𝓈, uma espécie emblemática das hidrotermais dos Açores. Utilizando um modelo que combina correntes oceânicas com características biológicas das larvas, os investigadores simularam diferentes cenários de dispersão.
Os resultados revelam que, na maioria dos casos, as larvas tendem a manter-se nas mesmas áreas onde nasceram, com pouca troca entre campos hidrotermais. O campo hidrotermal Rainbow mostrou-se particularmente isolado, funcionando como “recetor” de algumas larvas de Menez Gwen e Lucky Strike, mas com trocas muito limitadas.
Este conhecimento é essencial para apoiar a gestão e conservação destes ecossistemas únicos, especialmente face a potenciais impactos naturais ou humanos.